Sobre um lugar onde meu filho possa lançar seus vôos… e ter para quem voltar!

Eu quero me apegar ao meu bebê, mas a sociedade parece não querer deixar.

Eu queria ter ficado com ele na sua primeira hora de vida, na nossa primeira hora. Mas tiraram meu bebê de mim, tinha que ser examinado, medido e pesado, justo naquele momento! Nossa hora dourada durou segundos, nossos olhos se encontraram e o tempo parou, nos conectamos eternamente.

Na amamentação nossos olhos voltaram a se encontrar. Descobri que amamentar no seio precisa de ajustes, orientação, apoio e muita doação minha. Envolve dor também, pausas, principalmente nas madrugadas. Mas descobri também, que a medida que meu filho estava crescendo, essa forma de apego parecia incomodar: não podia ser a toda hora e já devia considerar desmamá-lo. Deram até um nome para isso: amamentação prolongada. Pra mim continua sendo “tetê” e “mamá”.

Colo, esse também já me disseram que não pode ser demais, dormir agarradinho, nem pensar! Mas que tanto querem comigo e com meu bebê? Ele é tão dependente de mim, do meu amor, como o amor deve ser dosado?

E o retorno ao trabalho?

Mas a gente se separa, não tem jeito, o mundo nos chama, e  o retorno ao trabalho é quando as mães ficam mais horas afastadas de seus bebês. E, com o coração apertado, te digo, meu filho, “a mamãe já tá voltando”. E quando volto podemos novamente ficar juntinhos. No seio, no colo, como quisermos.

Esse negócio de apego seguro às vezes me deixa insegura. Em tantos momentos falhei, faltei, será que posso reparar?

Meu bebê se aproxima de mim querendo segurança emocional, mas nem sempre consigo corresponder. Ao me perceber disso, posso reparar e voltar a nos aproximar. É dessa forma que vou reconhecendo suas necessidades, o motivo de seu olhar, chorar, tocar…

Quero ser seu porto-seguro!

Meu filho, quero ser seu porto seguro, sua base segura, um lugar onde você possa se lançar em seus vôos e volte a qualquer momento que precisar. Que você tenha autonomia e autoconfiança sem se tornar independente, pois não somos autossuficientes. Aprendi que a dependência entre as pessoas é algo bom, pois quando bate o medo e a insegurança todos querem a presença de alguém.

Agora eu sei que essa dependência boa tem nome: dependência segura. É questão de sobrevivência, proximidade, segurança, sintonia. Se a sociedade nem sempre consegue oferecer, procuro ter com meu filho.

Obs: artigo publicado no site www.institutoaripe.com.br

Caroline Lampe Kowalski Machado

Caroline Lampe Kowalski Machado

Psicóloga Clínica
CRP: 12/10806

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